Os produtores rurais poderão fazer a queima controlada para evitar a proliferação de moscas-dos-estábulos. A Resolução Conjunta entre as Secretarias de Agricultura e Abastecimento e a do Meio Ambiente, prevê a utilização da queima fitossanitária, em caráter excepcional e emergencial, para eliminar materiais orgânicos em decomposição, propícios à infestação do inseto.
A mudança na colheita da cana, que deixou de ser queimada e passou a ser colhida crua através de colhedoras mecanizadas, trouxe diversos benefícios, desde a cobertura e manutenção da umidade do solo, diminuição da emissão de dióxido de carbono, até a erradicação das péssimas condições de trabalho aos cortadores.
Porém, o produtor deve atentar-se à umidade excessiva no solo, embaixo da palhada, já que o acúmulo de vinhaça e torta de filtro (resíduos da agroindústria que muitas vezes retornam ao canavial), junto às altas temperaturas e umidade, formam um ambiente ideal para a proliferação das moscas-dos-estábulos, que afetam principalmente rebanhos bovinos.
A picada do inseto hematófago causa dor e incômodo, transmite doenças, ocasiona a perda de 15 a 20% de peso do gado e queda de até 60% na produção de leite.
Uma das medidas propostas seria evitar a aplicação de vinhaça em locais de solos argilosos, facilmente encharcados pela chuva, prevenindo o empoçamento, ou ainda, fracionar a lâmina de aplicação de vinhaça, evitando o excesso de umidade na palhada.
Arnaldo Jardim, titular da Pasta de Agricultura, contudo ressalta que a medida deverá ser utilizada em último caso, quando todas as outras medidas para o controle da praga tiverem sido tomadas e, mesmo assim, a infestação não tenha sido controlada.
De acordo com a publicação, os produtores rurais, os donos de usinas ou responsáveis pelas áreas que apresentem condições favoráveis para proliferação da mosca-dos-estábulos, deverão solicitar um laudo técnico a uma unidade da Secretaria de Agricultura mais próxima, que analisará a necessidade de utilização da prática. A autorização para a realização da queima fitossanitária será emitida pela Cetesb, com base no laudo técnico da Secretaria de Agricultura.