A produção de etanol hidratado, que caiu durante a safra de cana 2016/17 do centro-sul, diante da maior rentabilidade do açúcar e da perda de competitividade do combustível frente à gasolina C, pode diminuir ainda mais na nova temporada (2017/18) com o fim da isenção do PIS/Cofins sobre o etanol, avaliou nesta segunda-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
A mudança, decorrente do fim do benefício presente na Lei 12.859/13, que dava aos importadores e produtores de etanol um crédito para abatimento de valores durante sua comercialização, passou a valer a partir do dia 1º deste ano, e deve acentuar a desvantagem do hidratado frente à gasolina, acrescentou o órgão da Universidade de São Paulo (USP). Por outro lado, o volume produzido de etanol anidro (misturado à gasolina) deve continuar crescente.
O crédito correspondia a R$21,43 por metro cúbico comercializado, para o PIS, e R$98,57 por metro cúbico comercializado, para a Cofins, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis).
O Cepea afirmou também que deverá haver uma queda de 10 a 20 milhões de toneladas na safra de cana 2017/18 da região centro-sul, em relação à temporada anterior.
Paralelamente, o Cepea disse esperar que no primeiro trimestre de 2017 haja alocação de área para plantio de cana de 18 meses, motivada pela melhora das condições financeiras no ano-safra 2016/17 e por expectativa de preços ainda elevados para o açúcar.
Fonte: Reuters.