Pacotes de estímulo econômico ao redor do mundo levaram ao aumento de preço generalizado das commodities, reforçando a importância do investimento no setor primário.
Quem costuma fazer compras em feiras ou supermercados, já deve ter notado a gradual escalada de preço dos alimentos. Desde 2020, semana após semana, os incrementos de centavos no valor dos alimentos têm levado os consumidores ao delírio. O fato é de certa forma esperado, uma vez que todo o problema deriva da loucura dos bancos centrais durante a pandemia. É isso que nos conta o economista Alexandre Mendonça de Barros, sócio da MB Agro e investidor da SciCrop.
Brasil na contramão da queda das commodities em 2020
No ano de 2020, medidas de quarentena que já haviam sido implementadas na China, passaram a virar uma regra em todos os países do mundo na tentativa de barrar a COVID-19. Além de elevar o desemprego, o isolamento social impediu parcialmente o funcionamento dos “food services” (bares, restaurantes e eventos), o que levou a uma queda no consumo de alimentos. O decaimento global da demanda golpeou duramente o preço dos gêneros agrícolas. Soja e milho atingiram os menores preços dos últimos 12 anos na Bolsa de Chicago, registrando respectivamente 8,40$/bushel e $3,00$/bushel.
Entretanto, tal queda não foi sentida no mercado doméstico, enquanto ocorria a grande baixa nos preços, o banco central brasileiro reduziu sua taxa de juros e intensificou gastos sociais com a pandemia, ocasionando forte desvalorização da moeda. A queda de juros culminou na taxa de 2% em agosto de 2020 e o real fechou o ano como a segunda moeda mais desvalorizada do mundo. O enfraquecimento da moeda acelerou o ritmo das exportações e diminuiu a disponibilidade de gêneros agrícolas ao mercado interno. Somando-se isso à inflação produzida no período, o Brasil foi um dos poucos países do mundo a registrar aumento no preço dos gêneros agrícolas.
Países ricos provocam boom das commodities em 2021
Um conjunto de eventos originados em países ricos (EUA, UE e China), contribuiu para um boom no mercado de commodities em 2021. O primeiro fator a ser destacado foi o avanço nos programas de vacinação, a rápida imunização trouxe otimismo sobre a volta da demanda por alimentos advindas da possível abertura dos food services. Bancos centrais da Europa e dos EUA estão apostando na emissão monetária como forma de recuperação econômica. A eleição de Biden foi um catalisador dos processos, as promessas de estímulo se aproximam de 3 trilhões de dólares no ano de 2021, as medidas pretendem aquecer o consumo no país. Na China, o controle da peste suína de 2020 permitiu a retomada do crescimento da suinocultura, pressionando a demanda por grãos. A composição dos fatores configurou uma alavanca na demanda e nos preços dos gêneros agrícolas em 2021.
Queda global do dólar em 2021: Brasil novamente na contramão.
Após a emissão trilionária por parte do FED, houve forte queda do dólar perante as demais principais moedas do mundo (sobretudo euro e yuan chinês) e também em relação às commodities. A ameaça inflacionária sobre o dólar levou investidores estrangeiros a comprar ativos com tendência de valorização de todas as naturezas, entre eles ações de gêneros agrícolas.
O Brasil, apesar de ser um dos líderes mundiais na exportação de commodities, não viu o dólar cair. O aumento da quantidade da moeda estrangeira no Brasil devido ao forte volume de vendas para o exterior foi contrabalanceado pela retirada de investimentos internacionais no mesmo período. A adoção de uma taxa de juros menor que a própria inflação e a falta de controle fiscal foram os principais motivos da fuga de capitais. Equiparar a desvalorização do dólar não foi suficiente para evitar o aumento de preço dos gêneros agrícolas no mercado doméstico.
A importância de se investir em commodities em 2021
Estimativas otimistas dão conta de que serão necessárias 3 safras para que a economia global volte a operar como antes da COVID-19. Porém, além de uma recuperação pendente, o mundo tem no horizonte um problema de liquidez que promete manter o valor das commodities em alta por um bom tempo. É muito provável que o mercado agrícola em 2021 seja um porto seguro para investidores de todo o mundo.
Para suprir toda essa demanda, é necessário produzir, e um dos fatores que têm feito do Brasil líder em produção e exportação de commodities é a tecnologia empregada no âmbito rural. Há mais de 5 anos, a SciCrop promove a digitalização no campo, através do oferecimento de analytics as a service. Empresas e produtores de todos os portes já revolucionaram sua produção através da transformação digital. Veja aqui como podemos auxiliá-lo em sua jornada de transformação digital..
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