Saiba como o evento climático “La Ninã” está afetando a produtividade do agronegócio
O artigo “A relação entre o clima e a produtividade na safra 21/22” publicado aqui, no Blog SciCrop, ainda em 2021, apontava que o La Niña, fenômeno climático originado por alterações de temperatura em águas do Oceano Pacífico, seria um dos grandes inimigos dos produtores rurais em 2022.
Confirmando as previsões do NOAA, que na época indicavam 87% de chances de ocorrência do evento, o Brasil, recentemente, começou a sentir seus primeiros efeitos.
Devido ao La Ninã, a região Sul vem sendo verdadeiramente castigada pela estiagem.
No Rio Grande do Sul, até a última quarta-feira (29/12) cerca de 76 municípios já haviam decretado situação de emergência devido a perdas pela seca.
Em todo o estado, sobretudo na sua porção Centro-Norte, o milho foi o principal afetado, onde mais de 70% das lavouras deste gênero já registraram danos irreversíveis relacionados ao déficit hídrico dos solos.
A exemplo do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná também tiveram perdas pontuais em algumas fazendas de milho que felizmente, não devem afetar significativamente as expectativas da safra.
Em caso de extensão deste período de seca na região Centro-Sul, especialistas indicam a necessidade do replantio de soja e eventuais prejuízos para produtores de cana-de-açucar. Arroz e trigo devem ser os menos afetados.
Contrabalanceando as secas provocadas na porção Centro-Sul, o La Ninã provocou aumento considerável da pluviosidade nas regiões Norte, Nordeste, e ainda, em partes do Centro Oeste.
O final de dezembro foi marcado por chuvas fortes no norte de Minas, Espírito Santo e sul da Bahia, onde os volumes ultrapassaram a média histórica com mais de 500 mm, provocando, inclusive, grandes enxurradas em cidades locais.
No norte do Mato Grosso, por exemplo, o clima nebuloso tem dificultado o desenvolvimento das plantas devido a falta de incidência solar.
Esses e outros imprevistos devem continuar a desafiar o produtor rural ao longo desta safra, visto que as instabilidades climáticas provocadas pelo La Ninã devem durar até o outono de 2022.
Uma das maneiras de evitar surpresas climáticas desagradáveis durante este ano é através da tecnologia e do monitoramento climático.
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